Shoes For Kids 930176

O desafio da Calça Curta

Papais e responsáveis de plantão!

Já se depararam com aquela situação emergencial de arrumação de armário e gavetas das crianças? Identificação dos itens que ainda servem e de outros que simplesmente você nem chegou a usar e já estão pequenos?

Aqui a angústia pode ser considerada de circunstância: necessidade de arrumar e administrar o tempo e os espaços.

No entanto, há outro tipo angústia envolvida nessa fase: aquela de difícil aceitação do crescimento dos filhos, que nomearei como existencial, a de avaliação de projetos de vida.

Para que essa aflição existencial não inunde você de ações inadequadas, ela precisa de atenção especial, uma vez que é necessário reconhecer que você está incomodada, que no fundo, sente mais falta desse colo do que realmente seu bebê.

Já ouvi relatos assim: “Como é difícil ver que a calça da minha filha está ficando curta”. Naquela situação me posicionei com argumentos de que houve mudanças no formato do cuidado, mas não dos papéis – de cuidadora e de cuidado. E hoje, também como mãe, me incluo neste questionamento e compartilho esta sensação de falta.

É delicado termos que reconhecer que o cuidado com nossos filhos vai mudando de formato, dinâmica e ritmo. O que antes envolvia o toque, o peito, uma relação de pura e sincera dependência, hoje evolui para um toque diferente, por um cuidado com a roupa, com o estímulo para ampliar relações, explorações sensitivas e corporais, assim como a criatividade.

Desejar nossos “bebês” no colo, pode ser algo extremamente instintivo e necessário. Agora, liberar a “cordinha”, deixar explorar, não centralizar o cuidado e não se deter apenas a esse desejo, mostra-se imprescindível para um bom desenvolvimento da segurança e autonomia das crianças.

Já que terá que arrumar mesmo o armário e as gavetas, garanta ao menos duas para que seus filhos a explorem como desejarem no final de semana, que escolham a roupa, treinem os papéis sociais e a autonomia. Mas não se esqueça, determine o limite: 2 gavetas, ou uma gaveta.

Não fique em conflito com você mesma!

Reconheça seu desejo, expresse o quanto para você é importante esse colo, fale sobre isso. Mas na atitude, se controle! Viabilize! Não centralize!

Crescemos juntos aos filhos, evoluímos em paralelo e reviveremos fases pessoais que serão projetadas neles no futuro. Sabe a sua adolescência, seus traumas de relações, preocupações com corpo? Acredite, precisamos ficar atentas para que esse clima de expectativa não seja transmitido aos pequenos.

Portanto, a dica é: reconheça a calça curta, a transforme em shorts, faça história! Mantenha seu afeto, viabilize o crescimento e a segurança, mas sempre atenta aos seus próprios limites e não ideais externos e comparativos. Tenha seus próprios critérios.

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